Numéro 4 - 5

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EDITORIAL


Obra povoada por capiaus, jagunços, gente do interior das Gerais, a literatura de João Guimarães Rosa ganhou o mundo, por dar voz a dores, angústias, medos, sonhos, alegrias, que não conhecem nem bandeira e nem fronteiras. Lida no original ou em traduções, a obra rosiana é conhecida e estudada em vários países. Esta edição de Plural Pluriel bem comprova esse fato.

 

Os estudiosos aqui reunidos pertencem a culturas diversas, mas todos se encontram no interesse pela obra desse inventor de palavras, pois nem sempre a linguagem comum consegue traduzir as nuanças que ele quer transmitir ao leitor.

 

Assim, esta edição pretende somar-se à fortuna crítica do criador de Matraga, ao tempo em que demonstra a multiplicidade de abordagens possíveis da obra rosiana.

 

O interesse despertado por essa obra fica evidente no fato de esta edição ser dupla.

 

Os amantes de Guimarães Rosa aqui encontram novas leituras.

 

Aqueles que começam o ofício de leitores dessa obra encontram bons motivos para percorrer as veredas de uma literatura de tonalidade universal.

 

Temos um roteiro de Magma a Tutaméia, em abordagens específicas, que podem render uma “sagarana” de discussões críticas.

 

Quem procura um panorama da obra pode encontrar uma visão geral na investigação da expressão do humor que perpassa as narrativas de Guimarães Rosa.

 

O autor costumava acompanhar o trabalho de seus tradutores. Talvez ele mesmo soubesse o quanto era desafiador traduzir não só sua linguagem, mas também sua estrutura narrativa. O artigo que trata das traduções do Grande sertão: veredas para o francês mostra, com propriedade, o desafio de traduzir o que Riobaldo conta.

 

Por falar em tradução, aqui também se estuda a tradução intersemiótica dos contos rosianos adaptados para o cinema.

 

Guimarães Rosa sempre provoca novos estudos. Assim, as resenhas desta edição informam duas recentes publicações sobre sua obra, obrigatórias nas bibliotecas dos aficcionados e naquelas de quem começa a descobrir que “o sertão está em toda parte”.

 

Mas como Guimarães Rosa não se esgota na tão vasta obra que tem sua assinatura, seu exercício de criar mundos universais desafiou os dois contistas que enriquecem esta edição, mostrando novos olhares da aventura das criaturas rosianas.

 

Rosa, do sertão e do mundo...

 

Ainda que  ninguém consiga mostrar Guimarães Rosa de A a Z..., esta edição da Plural Pluriel oferece um recorte do muito que se tem escrito sobre o criador de Diadorim.

 

Rosa, do sertão e do mundo.

 

Costumo pensar em Rosa como bruxo – bruxo que inventa um mundo que, no fundo, nos é tão conhecido. E tudo com o poder da palavra.

 

E com o poder da palavra, os pesquisadores, resenhistas e contistas aqui publicados inventaram uma edição dupla dedicada  a João Guimarães Rosa.

 

Todos merecem cumprimentos e agradecimentos pela confiança na proposta.

 

Boa aventura rosiana...

 

 

Sônia Maria van Dijck Lima (Universidade Federal da Paraíba)

 

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Créditos das imagens presentes nesse número : Ingrid Bueno Peruchi, Diego Fonseca e Sônia van Dijck. Alteração das imagens e criação da capa: Ingrid Bueno Peruchi e Diego Fonseca. Todos os direitos reservados à Revista Plural Pluriel.